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O que significa "amar o próximo"? Todos os grifos, negritos e itálicos em citações de fontes que não sejam deste mesmo Site foram acrescentados pelo autor deste artigo. Todos os versículos bíblicos alistados são extraídos da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, impressa pela Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Quase que diariamente podemos observar sinais daquilo que constitui uma das principais preocupações das religiões nos dias de hoje, a saber, angariar mais discípulos a estarem sob seu comando. Notamos isto quando vemos protestantes distribuindo tratados religiosos nas praças, quando homens com características roupas em preto e branco nos abordam, quando batem a nossa porta pela manhã - especialmente no domingo, e assim sucessivamente. De fato, nenhum ser humano poderia condenar - com base bíblica - este tipo de trabalho, mesmo porque a Bíblia transmite a idéia de que se espera que todo o cristão divida seu conhecimento com outros. Até mesmo existem citações na Bíblia que deixam claro que a fé, por si mesma, moveria a pessoa a agir por vontade própria no sentido de manifestar publicamente suas crenças, como uma das formas de agir aprovada por Deus:
Que esta constitui a preocupação principal de alguns grupos religiosos, pode ser observado pelo que comentou certo jornal:
Ainda em confirmação de que o trabalho proselitista constitui o principal foco e atividade desenvolvida pelas Testemunhas de Jeová, podemos citar algumas das literaturas da própria Torre de Vigia:
De fato, para as Testemunhas, tal obra evangelizadora é a atividade mais importante de sua vida. Ao passo que talvez você possa pensar da mesma forma, já examinou o conceito bíblico sobre o assunto? Já se perguntou se por acaso os evangelhos não nos apontam outras atividades, ou obras igualmente importantes, e que muitas vezes são negligenciadas? Para que possamos chegar a uma conclusão, iremos considerar duas questões fundamentais: (1) Que dizer do que é mencionado em Tiago 1:27, sobre a atividade de ajudar aos que padecem de necessidade? (2) É realmente a pregação sistemática de casa em casa um requisito obrigatório para o cristão?
1) Que dizer da atividade mencionada em Tiago 1:27, no que tange a ajudar aos que estão em necessidade? Como mencionado anteriomente, os evangelhos são muito claros e diretos quanto a importância de nossa fé, assim como certas obras que floresceriam espontaneamente, como resultado do cultivo desta mesma fé. Assim, embora as escrituras mostrem claramente que a fé é a base de nossa salvação, também nos mostram que ela nos levaria a agir espontâneamente - não por imposição de outra pessoa ou organização. O próprio Jesus mostrou claramente que era de se esperar tal manifestação materializada da fé quando declarou:
Naturalmente que o amor, para ser evidenciado, precisa ser acompanhado de atitudes práticas, não raramente significando ajudar o próximo em situações de dificuldade. Neste sentido os evangelhos lançam clara luz sobre quais seriam algumas destas atividades práticas que deveriam brotar de nosso coração, ao ponto de declarar claramente o seguinte conceito de adoração:
Este versículo nos chama a atenção, particularmente se comparado com os ensinos das Testemunhas de Jeová, quando da sua afirmação de que a obra de pregação de porta em porta é o trabalho mais importante da vida de um cristão (su 158-9 20, mencionado e transcrito anteriormente). Ao passo que as publicações da Torre de Vigia mencionam vez após vez este ensino, nos parace que Tiago 1:27 aponta claramente para outra obra como sendo mais importante, e ao mesmo tempo característica do verdadeiro cristão. Claramente Tiago coloca as obras de caridade e ajuda - como demonstrativos da fé - acima de qualquer outra atividade religiosa ou pessoal. Qualquer pessoa ou organização que negue tal conceito não pode ser considerada (o) séria (o) suficiente para ensinar uma letra sequer dos evangelhos. Ainda interessante é que as Testemunhas afirmam que a pregação sistemática de casa em casa é a maior expressão de amor, visto que leva a outros a possibilidade de vida eterna. Quanto a esta afirmação, surgem algumas perguntas:
No entanto não somente Tiago 1:27 nos instrui acerca da importâcia da ajuda dada ao próximo. Queira observar o seguinte conselho:
Mais uma vez fica claro que se espera de cada um de nós compaixão para com o próximo, ao ponto de a ausência desta qualidade - junto com ações que a demonstrem - ser considerada um "pecado". Mas, surge então a questão: até que ponto deveria ir esta nossa preocupação em ajudar aos em necessidade? Seria este realmente um requisito para os seguidores de Cristo? Para aclarar nossa trilha, queira raciocinar sobre os seguintes versículos, contidos nos evangelhos:
Talvez então alguns afirmem: "Mas a pregação é realmente mais importante que as obras de caridade, visto que os doze não aceitaram interromper seu trabalho de evangelização para ajudar na distribuição de alimentos". Realmente, os doze não aceitaram parar a obra de evangelização, o que prova que nem todos os discípulos se empenhavam nesta obra. Maiormente, fica nítido o fato de que, ao passo que toda a congregação participava na distribuição de mantimentos aos mais carentes, apenas um pequeno grupo de missionários e evangelizadores se empenhava no trabalho concentrado de divulgação do cristianismo. Uma clara evidência neste sentido está no fato de o mesmo relato mencionar que foram designados sete outros varões, que obviamente não estavam empenhados no trabalho de evangelização (e portanto disponíveis) para cuidar do assunto, caracterizado como "incumbência necessária" (não opcional ou esporádica). Realmente, ao passo que os doze apóstolos e alguns outros trabalhavam na obra de evangelização, os sete designados tinham tempo para cuidar de todos os seus afazeres e ainda trabalhar diariamente nas obras de caridade, estas sim consideradas obras prioritárias nos tempos do primitivo cristianismo. Por que razão os sete designados não argumentaram da mesma forma que os apóstolos, por afirmarem que "não é agradável que deixemos a palavra de Deus para distribuir [comida] às mesas"? O fato de estes haverem concordado sem hesitar em cumprir tal tarefa nos mostra clara e indubitavelmente que trabalho era considerado prioritário por eles. Vale a pena lembrar que o relato acima demonstra cristalinamente que as congregações primitivas organizavam sua atividade de ajuda, não simplesmente deixando a cargo de cada membro individual a tarefa humanitária que era esperada deles. Complementando, caso realmente as obras de caridade sejam algo que se espera do cristão, apareceriam outras referências de peso neste sentido. É este conceito de vida apoiado por outros relatos do evangelho?
Mais uma vez a questão é colocada como extremamente importante, de forma alguma algo a ser relegado a segundo plano. Quanto a importância do assunto em pauta, não nos diz algo o fato de o apóstolo Paulo haver dito que diligenciou em cuidar dos pobres? Se tais excelentes exemplos foram deixados de forma tão clara na Bíblia, como poderia uma pessoa ou organização religiosa ser aprovada por Deus, a menos que tenha esta mesma preocupação que tinham os discípulos da antigüidade, a menos que se preocupe com os pobres, assim como o apóstolo Paulo o diligenciava em fazer? Uma organização religiosa que afirma ser o "canal exclusivo" de comunicação de Deus aqui na terra, mas ignora as claras instruções bíblicas no que tange a atividade humanitária, não pode estar fazendo a vontade do Criador, quanto menos ser seu representante. Gostaria ainda de lembrar outra passagem bem conhecida, especialmente pelas Testemunhas de Jeová, embora a Torre de Vigia persista em ignorar o último versículo na citação abaixo.
Sequer considero que ainda seja necessário comentar tal versículo, tão claro o mesmo é. Vale a pena lembrar que também é dito que teríamos que falar a respeito dos propósitos do Cristo - embora não se mencione o sistema a ser adotado para isto, nem sequer a freqüencia metódica com que se faria isto. O que fica bem claro é o que se espera de nós, com relação ao próximo. Talvez o leitor possa estar pensando que o assunto está sendo apresentado de forma deturpada ou tendenciosa, para que se consiga apoio a uma idéia pré-concebida independentemente das Escrituras. No entanto, a Bíblia coloca o assunto de forma tão clara que até mesmo religiões que não levam a sério tais admoestações admitem que tais elevados conceitos estão ali alistados. Recentemente um artigo na resvista "A Sentinela" provou com maestria a importância de nos preocuparmos em ajudar materialmente aqueles que padecem de alguma necessidade, assim como demonstrou com abundância de provas que as congregações no primeiro século organizavam tal trabalho. Clique aqui para ler o scan da matéria contida em "A Sentinela", de 15 de março de 2001. Ainda voltaremos a comentar este artigo no final desta matéria. Por ora, a título de comparação, queira observar mais as seguintes declarações registradas em literaturas da Torre de Vigia:
Para aqueles que têm conhecimento de como realmente as Testemunhas de Jeová encaram tal assunto, talvez estes relatos causem espanto. Afinal, sabe-se que somente em casos extremos a Torre de Vigia presta alguma pouca ajuda humanitária, e depois toca a trombeta aos quatro cantos da terra, seja através de suas revistas, seja através de seu tendencioso e desonesto site de relações públicas (clique aqui para ler mais). Ao passo que as congregações do primeiro século organizavam seu trabalho de caridade, a maioria absoluta dos afiliados da Torre de Vigia jamais teve a oportunidade de participar em alguma obra semelhante, que tenha sido promovida por sua própria religião ou congregação. Na realidade, poderia ser encarado como hipocrisia a afirmação de que as Testemunhas desenvolvem algum tipo de trabalho humanitário nos moldes delineados pelo primitivo cistianismo. Neste respeito, é curioso que o livro "Estudo Perspicaz" contenha a seguinte declaração (já citada):
Há que se concordar que as palavras acima refletem um conceito louvável, mas a Torre de Vigia se esquece de que ela mesma não se preocupa com os pobres, nem organiza trabalho humanitário para aqueles que conscienciosamente têm procurado ajudar aos em necessidade. Para que ilustremos esta afirmação, queira ler os seguintes comentários tecidos em publicações das próprias Testemunhas:
Por que não se menciona aqui Tiago 1:27 e suas implicações? A Torre de Vigia não cita os versículos bíblicos mencionados neste artigo, que mostram claramente que fazermos o bem hoje é uma das mais importantes tarefas do cristão. Por que esta omissão? Não seria porque isto colocaria tal organização religiosa em uma situação muito delicada perante os seus próprios membros? O artigo prossegue:
E se tais pessoas não aceitarem a mensagem das Testemunhas, como acontece na maioria dos casos? Então elas não seriam ajudadas nem de um jeito nem de outro. As Testemunhas parecem se esquecer de que a Bíblia exorta a que amemos e ajudemos ao próximo, e isto inclui aqueles que não tenham o mesmo credo religioso que temos. Segundo o proceder sugerido no citado artigo, somente seriam beneficiados, em sentido espiritual, aqueles que aceitassem a mensagem das Testemunhas e tomassem posição em suas fileiras. Mas, mesmo estes seriam ajudados somente em sentido espiritual; onde então fica a ajuda material, citada na Bíblia? Continuando:
Aqui sim podemos notar claramente como é que a Torre de Vigia encara empenhos feitos no sentido de se prestar ajuda aos que padecem de necessidade. Pergunte-se: está tal ensino em acordo com os princípios bíblicos até aqui mostrados? Pode imaginar um cristão do primeiro século - ou mesmo Jesus Cristo - encarando as obras de caridade como de somenos importância? A atitude da Torre de Vigia com relação ao assunto em pauta é no mínimo imoral, desonesta para com seus membros e desviada quilometricamente do exemplo dos apóstolos e discípulos de Jesus Cristo. Voltando a falar do mencionado artigo da revista "A Sentinela" de 15 de março de 2001, chega a ser enojante a conclusão do texto, depois de a Torre de Vigia provar por A+B que o cristianismo puro envolve a ajuda material aos necessitados. Note os argumentos utilizados;
Raramente se pode encontrar exemplo mais típico de hipocrisia religiosa, ao mesmo tempo em que se tenta distorcer os escritos bíblicos. Afirma-se que Jeová "faz provisões para os seus servos", mas apesar de todo o artigo demonstrar que isto acontece somente através de forma organizada, "A Sentinela" sequer coloca um incentivo para que as congregações se organizem neste trabalho; tampouco toma ela a dianteira neste assunto. Hipocritamente ignora todos os precedentes bíblicos no sentido de os cristão se empenharem em ajudar ao próximo, não mexe as próprias mãos e afirma de forma vaga que Jeová dá um jeito em tudo. E caso ninguém ajude uma pessoa em necessidade, seria então isto culpa de Jeová, que não proveu "miraculosamente" o apoio necessário? É também mencionado que tais contribuições têm o objetivo de fornecer meios para que as pessoas continuem na obra de pregação, embora o relato evangélico não faça sequer uma alusão específica à obra de evangelização, no assunto abordado pelo artigo supra-mencionado. Na realidade esta é mais uma técnica desonesta que a Torre de Vigia utiliza para incutir nos seus adeptos ensinos que carecem de apoio bíblico. O artigo vai ao ponto de se sugerir que, independente de nossas condições pessoais, ou seja, mesmo que sejamos pobres, a questão seria de responsabilidade individual. Quanta hipocrisia! Foram utilizadas três páginas de revista para provar que os cristãos primitivos faziam esforços coordenados para ajudar aos menos favorecidos, e agora a Torre de Vigia vergonhosamente se esquiva de tal obrigação. Acha mesmo possível que uma religião com tal ensino - e ações correspondentes - possa ter a aprovação divina? Lembre-se de que os hipócritas eram os fariseus, e não os discícuplos de Cristo. Portanto, se uma organização age de forma hipócrita, estaria ela imitando a que personagens do passado? Para finalizar o citado artigo de "A Sentinela", é colocada uma fotografia que tenta ilustrar a importância de se fazer contribuições para o bem dos menos favorecidos. Eis a foto: Acredito que todos possam ter notado nas citações da Torre de Vigia que ela de fato não faz esforços no sentido de ajudar materialmente aos em necessidade, salvo em raras ocasiões. Então, por que a fotografia apresenta uma criança, nitidamente pobre, colocando dinheiro numa caixa de contribuições? Sabe-se que os donativos feitos à Torre de Vigia visam pagar as despesas das congregações e os custos gerados pela expansão das Testemunhas ao redor do mundo. Muito pouco provavelmente um pequeno percentual destas contribuições seria utilizado em obras caritativas, o que é deixado claro tanto pela conclusão do referido artigo (que joga a responsabilidade nos indivíduos), quanto pela experiência de vida que temos e tivemos dentro de tal organização. Seja realista e pergunte-se: é honesta aquela fotografia, quando tenta passar a imagem de que contribuições feitas no Salão do Reino seriam utilizadas em obras de caridade? Neste ponto acredito que não existam dúvidas com relação a dois pontos principais:
Para concluir, gostaria que respondesse a si mesmo, sinceramente, a seguinte pergunta: ainda acha que as Testemunhas agem de maneira cristã e honesta, no que tange ao assunto em questão? Que sua resposta ajude a nortear suas decisões religiosas daqui em diante. Mas, ainda existe uma pergunta a ser respondida:
2) É realmente a pregação sistemática de casa em casa um requisito obrigatório para o cristão? - baseado no livro "Em busca de liberdade Cristã", 2) É realmente a pregação sistemática de casa em casa um requisito obrigatório para o cristão? - baseado no livro "Em busca de liberdade Cristã", escrito por Raymond Franz (capítulo disponível online clicando-se aqui). O argumento básico utilizado pelas Testemunhas de Jeová para dar apoio ao seu ensino sobre a obrigação de se pregar de casa em casa são dois versículos do livro bíblico de Atos:
Mas será mesmo que tais versículos têm o sentido dado nas literaturas da Torre de Vigia? Na realidade, poderíamos tomar como ponto de partida justamente aquilo que muitas vezes a Torre de Vigia utiliza para justificar certas explicações bíblicas: a expressão grega vertida por "de casa em casa" na TNM (kat´oikon), cujo significado literal é outro - conforme mostrado pela nota de rodapé na TNM, em referência a Atos 20:20: "ou 'e em casas particulares'". Para que se possa justificar a utilização de tal expressão significando "de porta em porta", tem sido dada muita ênfase a que tal expressão é usada aqui em sentido distributivo - como que incitando a ir de porta em porta seqüencialmente. Mas é exatamente aí que se nota uma primeira lacuna em tal explicação: distributivo é diferente de consecutivo (ou seqüencial), que é o que ocorre quando alguém vai consecutivamente (seqüencialmente) de uma porta até outra; portanto, não se pode dizer que uma aplicação distributiva justifique o trabalho de porta em porta, que é consecutivo e seqüencial, mas não distributivo. Aprofundando um pouco mais a discussão, se a TNM verte estas aparições da expressão kat´oikon como "de casa em casa", haveria de verter as demais ocorrências da mesma expressão de forma exatamente igual. De fato esta seria a lógica, mas uma consideração de outro versículo bíblico nos traz uma surpresa:
Apesar de as literaturas da Torre de Vigia usualmente não exporem tal assunto, a expressão grega traduzida aqui por "em lares particulares" é a mesma kat´oikon, porém vertida aqui de forma diferente. Por que? Por que a Torre de Vigia traduz a mesma expressão de forma diferente neste versículo? Simplesmente porque Atos 2:46 deixa claro que a expressão kat´oikon não pode ter uma aplicação consecutiva (como "de porta em porta, em todas as portas"), pois não faria sentido os discípulos de Cristo saírem fazendo refeições de porta em porta, conforme seria o sentido de Atos 2:46, se traduzido da mesma forma que Atos 20:20. Em favor deste argumento o leitor poderá procurar a nota de rodapé da Tradução do Novo Mundo com Referências, explicando Atos 20:20. Lá lemos a respeito de kat´oikon:
Portanto, com um raciocínio relativamente simples pode-se demonstrar a inconsistência do argumento utilizado para estabelecer a regra da pregação de casa em casa como um padrão a ser seguido. Antes, a Bíblia mostra claramente que o método usual para o ensino era a pregação pública. Assim, NUNCA aparece na Bíblia a citação de Jesus, apóstolos ou discípulos indo de porta em porta evangelizar as pessoas; eles pregavam nas praças públicas, nas sinagogas e nas ruas. Ocasionalmente se dirigiam para a casa de algum discípulo ou ouvinte a fim de pregar à família ou a um grupo maior, mas não saíam uma casa após a outra para evangelizar pessoas. Não é possível provar com a Bíblia que eles faziam como as Testemunhas de Jeová o fazem hoje. Esta obrigatorieade sistemática simplesmente não está presente na Bíblia. Não se questiona que os apóstolos e discípulos visitavam as casas de outros cristãos e interessados; realmente o faziam, mas certamente não nos moldes sistemáticos adotados pelas Testemunhas de Jeová. Um outro texto utilizado pela Torre de Vigia, para apoiar a pregação sistemática e seqüencial de porta em porta é Mateus 10:11-14, onde Jesus Cristo dá instruções a seus discípulos, ensinando um possível método de pregação a ser adotado:
Se começarmos a procurar as aparições desta citação nas literaturas da Torre de Vigia, iremos notar uma forte e constante ênfase na expressão "procurai nela [cidade ou aldeia] quem é merecedor", e depois se explica que este "procurar o merecedor" significa bater de porta em porta, como as Testemunhas fazem hoje. Mas "coincidentemente" a Sociedade normalmente se "esquece" de citar as palavras do contexto, que rezam no versículo 11: "Ficai ali até partirdes". Estas palavras mostram claramente que Jesus não estava a ensinar seus discípulos um método de pregação de porta em porta, mas antes dava instruções específicas sobre a obtenção de hospedagem. O texto acima não abre sequer uma mínima possibilidade para que seja feita uma aplicação diferente desta, e é uma verdadeira sandice tentar justificar o método de pregação de porta em porta utilizando Mateus 10:11-14. Se nos aprofundarmos ainda mais, iremos notar que nos evangelhos, Jesus e os apóstolos se valeram de inúmeros métodos de pregação, mas nunca é citado o método de porta em porta. Queira analisar o seguinte quadro comparativo (apresentado no livro "Em Busca de Liberdade Cristã", disponibilizado online no Observatório da Watchtower):
De fato, os evangelhos citam cerca de 150 incidentes distintos de testemunho, dos quais apenas 34 incluem alguma referência a "casa" ou "lar", mas nenhum deles faz referência a uma casa visitada segundo os métodos da Torre de Vigia; antes, fala-se de lugares que serviram de hospedagem - a maioria das citações, "casas" como local de reunião ou residências de pessoas curadas. Onde então está a suposta evidência de que os discípulos pregavam de porta em porta nos primórdios do cristianismo? Assim, a obrigação imposta pela Torre de Vigia a seus membros, de que participem compulsóriamente num sistemático método de pregação de porta em porta se mostra facilmente frágil e inconsistente. Para que o leitor possa obter esclarecimentos ainda mais completos neste assunto, aconselho fortemente a que leiam a matéria que utilizei como base para a compilação que apresentei até aqui (disponível online no site "Observatório da Watchtower")
Conclusão: apesar de se autoproclamar a única organização na terra que faz a vontade de Deus, as Testemunhas de Jeová estão bem longe de praticar as obras de amor que a Bíblia caracteriza como sendo parte das atididades cotidianas dos verdadeiros cristãos. |