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A França, os altos impostos e os protestos Todos os grifos, negritos e itálicos em citações de fontes que não sejam deste mesmo Site foram acrescentados pelo autor deste artigo. Desde algum tempo atrás o governo francês vem empreendendo uma campanha contra as religiões e seitas consideradas "perigosas". Embora o governo francês tenha decidido a não utilizar a proscrição como forma de conter o avanço delas (quase todas com origem nos EUA), foi imposto um sistema de taxas, ou impostos, sobre a arrecadação do dinheiro recebido por estas entidades, entre as quais se incluem as Testemunhas de Jeová. A bem da justiça e da verdade há de se reconhecer que sste novo imposto é realmente alto (60% das "contribuições"), e retroativos a 1.993 até 1.996, ano em que entrou em vigência a nova lei de impostos às tais religiões consideradas "perigosas". No caso das Testemunhas de Jeová, a soma ascenderia a US$ 25 milhões. Um resumo deste assunto pode ser visto no jornal online "The Guardian" (em inglês), clicando-se no seguinte link: http://www.guardianunlimited.co.uk/Archive/Article/0,4273,4029083,00.html Por fim, a Sociedade decidiu não pagar o imposto no prazo determinado. Em função disso o governo francês estabeleceu um novo valor, acrescendo multas ao valor inicial. Agora, o montante devido pela Sociedade ao governo francês era de US$ 50 milhões (uma cifra considerável), isto legalmente notificado à Sociedade em 14 de maio 1.998. Mais uma vez a Sociedade se recusou a pagar, o que acarretou, a partir de 22 de junho de 1.998 o penhoramento dos bens da referida instituição na França como forma de garantia de pagamento dos impostos devidos. Depois de algumas tentativas legais e através da imprensa (especialmente na americana), uma vez que não haviam conseguido amolecer a posição do governo francês, as Testemunhas decidiram fazer passeatas pacíficas, primeiro em 9 de julho de 1.999 (Lens) e depois em 23 de julho de 1.999 (Estrasburgo), onde se ajuntaram quase 12 mil pessoas, no total. Este episódio está muito longe de terminar, e procurei resumir ao máximo o assunto. O governo francês continua penalizando a Sociedade pelo atraso no pagamento dos impostos (não pagos até hoje) e está acontecendo uma batalha judicial, além das já referidas passeatas. Informações bem detalhadas podem ser obtidas no seguinte endereço (em espanhol): http://www.geocities.com/joselorena/Articulos/manifestacion.html No entanto, o motivo maior porque eu escrevi este artigo é a forma como a Sociedade e as Testemunhas se comportaram neste caso. Em primeiro lugar, com respeito às altas taxas, ou impostos cobrados pelo governo francês, a Sociedade adotou uma postura oposta aos seus próprios ensinos quando decidiu pelo não pagamento das mesmas por julgar abusivos os tais impostos. Veja o que a Sociedade diz sobre como os cristãos devem se comportar com relação ao pagamento de impostos, mesmo que estes sejam abusivos:
Nos parece um tanto quanto curioso o fato de que a Torre de Vigia afirme que os cristãos têm que pagar todos os impostos, em dia, quer sejam razoáveis ou não, mas quando o seu próprio patrimônio ou riqueza está em risco ela ignora as próprias instruções! Este comportamento não demonstra uma atitude séria e imparcial, como seria de se esperar de alguém que se auto-proclama porta-voz do próprio Deus aqui na terra. Outra coisa que, sinceramente me surpreendeu neste caso foi o fato de as Testemunhas terem organizado e procedido a uma manifestação pública. Isto foi documentado por inúmeros jornais, mas, por mais incrível que pareça, isto está documentado no site oficial das Testemunhas de Jeová na França. Abaixo segue um "Screenshot" com a matéria no site oficial das Testemunhas na França, mas se você preferir conferir a matéria em sua inteireza aqui vão os hyperlinks: http://www.temoinsdejehovah.org/ http://www.temoinsdejehovah.org/en_france/rassemblements/strasbourg99/strasbourg.htm http://www.temoinsdejehovah.org/en_france/rassemblements/villepinte99/villepinte.htm
Mais uma vez, agindo de forma que nos parece incoerente, a Torre de Vigia procedeu de maneira contrária àquilo que ela mesmo ensina. Para que os argumentos fiquem firmemente estabelecidos, passarei a citar a posição da Sociedade Torre de Vigia com relação a protestos e manifestações, mesmo que pacíficas:
Depois dos comentários expostos nas literaturas das próprias Testemunhas de Jeová, notamos que a Torre de Vigia cria uma série de normas no assunto em questão e pune aqueles que não as adotam. Assim, se um ancião, servo ministerial ou pioneiro participa em uma passeata porque seu salário está atrasado, estaria violando um mandamento do "Escravo Fiel e Discreto" e estaria sujeito ao julgamento e punição dentro da organização. O que causa estranheza a todos os que vêm a ter conhecimento deste fato é que, quando estão envolvidos os seus próprios interesses, a Torre de Vigia adota um proceder diferente daquele que ela mesma aconselha seus adeptos a seguirem. Não é realmente intrigante que as coisas ocorram desta maneira? Isto nos faz lembrar o que acontecia na época de Jesus, quando os fariseus criavam inúmeras regras e obrigavam o povo comum a obedecê-las, mas eles mesmos se isentavam de suas próprias leis. |