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A "grande tribulação" e a presença de Cristo Todos os grifos, negritos e itálicos em citações de fontes que não sejam deste mesmo Site foram acrescentados pelo autor deste artigo. Inserções entre colchetes [exemplo] refletem uma palavra, texto ou expressão que complementam o sentido da frase ou trazem a opinião do autor deste artigo Se detivermos nossa atenção em relatórios religiosos internacionais que revelam o desempenho de diversas denominações em países diferentes através do mundo, iremos ficar surpresos com certas revelações: (1) existe um deslocamento de adeptos de religiões tradicionais em direção a movimentos religiosos relativamente novos; (2) um grande motivador para esta maciça mudança é a situação econômica e social deprimentes em tais países, sendo que o povo passa a ter como via de escape, fonte de esperança, as mensagens e promessas de uma religião em particular; e (3) os ensinos e promessas espetaculares de salvação, e em alguns casos, de milagre mesmo agora - fatores estes aliados ao fato de os novos religiosos se sentirem parte de uma sociedade exclusiva, especialmente protegida por Deus. O que você está para ver agora é um exemplo típico de uma crença espetacular apresentada de forma convicta, que voluntaária ou involuntariamente acaba por atrair muitos adeptos para as Testemunhas de Jeová dada a singularidade de uma interpretação bíblica. Provavelmente seja do conhecimento do prezado visitante que as Testemunhas de Jeová advogam que Jesus já retornou, havendo, segundo eles, sido entronizado como Rei no céu em 1.914. E como é que ninguém viu nem percebeu tal acontecimento? Veja a explicação dada pela Torre de Vigia:
Assim, é utilizado o argumento das "nuvens" significando invisibilidade para justificar que ninguém tenha visto a volta de Jesus Cristo. Mas está este argumento correto? Retornaria mesmo Jesus de forma invisível, antes daquilo que é conhecido como "Final do Sistema de Coisas", ou simplesmente "Fim do Mundo"? Vejamos.
A Ordem dos Acontecimentos que Precederiam o Retorno de Jesus Cristo: Um dos mais conhecidos (i.e., utilizados) capítulos da Bíblia pelas Testemunhas de Jeová é o de Mateus 24, onde Jesus Cristo dá uma vívida descrição dos acontecimentos que precederiam a destruição de Jerusalém, e também alegadamente descreve o que aconteceria no período final dos dias deste mundo. Neste caso, os discípulos iniciaram sua indagação a Jesus Cristo da seguinte forma:
A partir daí Jesus passa a explicar os acontecimentos em sua ordem correta, indicando (1) os sinais da terminação do sistema de coisas (i.e. "fim do mundo"), e (2) os sinais de sua vinda, ou presença, na ordem em que aconteceriam. É interessante o fato de que após toda a explanação das características dos últimos dias, ele deu a chave para que identificássemos a época de sua volta. Vejamos:
Notável o fato de que se descreve que somente após a "Grande Tribulação", viria o Filho do Homem. Ou seja, eis a ordem das coisas: (1) aconteceriam coisas estranhas na Terra, indicando que o tempo de salvação estaria próximo; (2) Jesus Cristo viria e executaria a vontade de Deus depois destes acontecimentos denominados "Grande Tribulação". Mas as Testemunhas argumentam que (1) primeiro Jesus foi entronizado Rei; (2) depois aconteceria o período de tribulação e (3) haveria um segundo retorno (??) de Jesus Cristo, embora a Bíblia mencione somente uma volta. Isto vai de encontro ao descrito em Mateus 24, onde a ordem dos acontecimentos aparece de forma inversa ao explicado pelas Testemunhas de Jeová. Afinal, segundo eles, primeiro Jesus veio como Rei, em 1.914 e depois aconteceria o período de tribulação ali descrito. Isto não é apoiado pela descrição de Mateus 24! Segundo explicado pelas Testemunhas de Jeová, esta (a de Mateus 24) seria sua segunda volta, como executor da "Grande Guerra do Harmagedon", a destruição dos iníquos na Terra. Mas seria esta uma interpretação razoável? Note que Mateus 24:30 cita que Jesus viria "nas nuvens do céu". Segundo a interpretação da Torre de Vigia (citada no início), isto significaria invisibilidade, situação em que somente aqueles que têm as faculdades perceptivas treinadas estariam aptas a notar o acontecimento. Mas segundo eles mesmos, esta passagem tem cumprimento no Harmagedon (a guerra liderada por Jesus Cristo). Assim, pela lógica da Torre de Vigia, "nas nuvens" indicaria que somente os "perspicazes" iriam notar que esta destruição estaria em curso. Existe lógica nisto? Seria possível estar havendo uma guerra com bilhões de mortos e somente as Testemunhas se darem conta do fato? NÃO! Mais que isso, Mateus 24:30 é bem claro ao dizer que "verão o Filho do Homem"; neste caso, assim como em Revelação 1:7, "nas nuvens" dá a idéia de "nas alturas", como seria muito mais lógico e claro de se deduzir. Então mostramos que "nas nuvens" pode significar tudo, menos invisibilidade e indicação de um acontecimento que somente os treinados ou perspicazes se dão conta. Descobrimos que o argumento montado em torno da "presença invisível" de Jesus desde 1.914 (que se baseia na expressão "nas nuvens") aparentemente não tem fundamento ou apoio bíblico. Note que existe outro texto (já citado) que menciona o mesmo acontecimento, e com palavras muito parecidas:
É claro que estes dois textos aplicam-se ao mesmo evento, ou seja, ao retorno do Messias qual executor da parte de Deus. Ambos citam o mesmo acontecimento, com palavras semelhantes, etc... Por que então é dito que Mateus 24:30 diz respeito ao Harmagedon e Revelação 1:7 à presença de Cristo em 1.914? É você capaz de notar a similaridade de linguagem e contexto envolvendo os dois versículos bíblicos?
Conclusão: Fica claro que Mateus 24:30, Marcos 13:26, Lucas 21:27 e Revelação 1:7 têm exatamento o mesmo cumprimento, e apresentam uma forma de expressão extremamente similar um ao outro. Mais que isso, Mateus 24 deixa bem clara a ordem dos acontecimentos: primeiro, um período de grandes dificuldades, chamado "Grande Tribulação"; segundo, Jesus Cristo voltaria e tomaria as ações cabíveis qual designado por Deus. Esta é a única volta de Cristo que a Bíblia menciona. |